A descoberta por pesquisadores de um gene relacionado com a queda de cabelos pode levar ao desenvolvimento de novos remédios para combater a calvície.
O gene é responsável por uma rara forma hereditária de calvície chamada hipotricose simples, uma doença que afeta uma pessoa a cada 200 mil e em que o doente começa a ficar careca já na infância, disseram os cientistas em um artigo publicado na revista Nature Genetics.
“Há uma boa chance de, com base nessas descobertas, criarmos uma terapia para combater a queda de cabelo”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Regina Bertz, do Instituto de Genética Humana, nesta segunda-feira.
Atualmente, há no mercado os remédios Propecia, da Merck, e o Rogaine, da Pfizer, para combater a calvície. Esses medicamentos ajudam as pessoas a preservar seu cabelo, mas não incentivam o aparecimento de novos folículos capilares.
Analisando amostras de DNA de 11 membros de uma família da Arábia Saudita que apresenta a rara doença, os pesquisadores descobriram que uma mutação no gene P2Y5 evitava a formação adequada de proteínas chamadas receptores de crescimento nos folículos capilares.
Isso significa que o elemento necessário para estimular o crescimento dos cabelos não conseguia aderir aos receptores dos folículos, o que explicaria a perda de cabelo, afirmaram os cientistas.
A descoberta pode propiciar a fabricação de remédios que atuem sobre essas proteínas, fazendo com que aumente o número de cabelos, acrescentaram.
“Agora, podemos buscar, de forma seletiva, substâncias relacionadas que seriam usadas em tratamentos contra a calvície”, disse em um comunicado Ivon von Kugelgen, que trabalhou na pesquisa no Instituto de Farmacologia e Toxicologia em Bonn, na Alemanha.
“Estamos empolgados com a possibilidade de tais medicamentos beneficiarem pacientes que apresentam vários tipos diferentes de calvície.”
Fonte: Reuters