Em dois estudos publicados na prestigiada revista ‘Science’ desta semana, pesquisadores dos Estados Unidos e do Japão revelam descoberta que contribui para uma melhor compreensão do processo da calvície e, de forma mais ampla, do próprio processo de envelhecimento do organismo humano.
Hiroyuki Matsumura, da Universidade de Tóquio, responsável por um dos artigos, usou ratos para estudar os folículos pilosos. Aos 18 meses, quando os pelos dos camundongos começaram a cair, a análise da pele demonstrou que os folículos estavam menores, menos fartos e mais finos. Isso levou os pesquisadores a acreditarem que o problema tenha origem nas próprias células-tronco responsáveis pela fabricação dos folículos pilosos.
“Nosso estudo revelou que os folículos dos mamíferos miniaturizam e geralmente desaparecem da pele durante o envelhecimento de ratos e humanos, independentemente de sexo”, revela Matsumura, no artigo. Os cientistas também descobriram que, aparentemente, o problema está em mudanças que acontecem no ambiente de divisão dessas estruturas e não na célula-tronco, o que facilita uma possível tentativa de reverter o processo de envelhecimento.
“Na alopécia androgênica (calvície masculina), as fibras de cabelo ficam mais curtas, mais finas e escasseiam à medida que os cabelos do couro cabeludo são substituídos. Mas, mesmo nos primeiros estágios dessa condição, as células-tronco do folículo piloso parecem normais: o problema é uma falha no processo de ativação dessas células para formar os novos pelos”, afirma Cheng-Ming Chuong, da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
“As pesquisas sugerem que o problema não está na célula-tronco per se, e sim no ambiente que afeta as células-tronco. Isso indica que, em tese, modificar esse ambiente poderia reverter o processo”, esclarece o pesquisador de patologia que não participou dos estudos.
Segundo os pesquisadores, a possibilidade de descobrir o mecanismo de reverter o envelhecimento dos pelos, pode indicar caminhos para regeneração celular em outros campos.